|
|
CHINA CHUI-CHANG SUAN-SHU
Obra principal : "Nove Capítulos sobre a arte Matemática" -
raízes quadradas, 246 problemas sobre mensuração de terras, agricultura, sociedades, engenharia, impostos, cálculos, solução de equações e propriedades de triângulos retângulos. Operações sobre frações, mínimo divisor comum.
Quadrados Mágicos :
"Os chineses gostavam especialmente de diagramas; não é surpreendente que o primeiro registro(de origem antiga mas desconhecida) de um quadrado mágico tenha aparecido lá.
|
O quadrado foi supostamente trazido para os homens por uma tartaruga do rio Lo nos dias do lendário Imperador Yii,considerado um engenheiro hidráulico. A preocupação com tais diagramas levou o autor dos Nove Capítulos a resolver o sistema de equações lineares simultâneas.
3x+2y+z = 39
2x+3y+z = 34
x+2y+3z=26
efetuando operações sobre colunas de uma matriz |
1
|
2
|
3
|
3
|
3
|
2
|
3
|
1
|
1
|
26
|
34
|
39
|
|
|
para reduzi-la a |
0
|
0
|
0
|
0
|
5
|
2
|
36
|
9
|
1
|
99
|
24
|
39
|
|
|
A segunda forma representava as equações:
36z = 99 , 5y+z = 24 e 3x+2y+z = 39, das quais facilmente são calculados sucessivamente os valores de z, y e x." ( In " História da Matemática", de Carl B. Boyer, Ed.Edgard Blücher Ltda. ,Trad. Elza F. Gomide, 2ª. ed.)
Leia Mais em : Ang Tian-se, "Chinese Interest in Right-Angled Triangles
Libbreht,U., "Chinese Mathematics in the Thirteenth Century
Mikami, Y., "The Development of Mathematics in China and Japan
Needham , J., "Science and Civilization in China
|
|
|
MAIAS - O NÚMERO ZERO
{No desenho ao lado: A segunda
coluna da esquerda, de cima para baixo, contém
os números 9,9,16,0,0, que indicam 9 Á
144.000+ 9 X 7.200+16X360+0+0 = 1.366.560. Na
terceira coluna estão os números
9,9,9,16,0 representando 1.364.360. O original
é nas cores preta e vermelha (Tirado de
Morley, 1915, p.266) }
Na época de Colombo os Maias, em Yucatán, já possuíam uma matemática desenvolvida e a utilizavam em seus calendários, geralmente com vinte como base primária e cinco como base auxiliar ( isso correspondia à notação babilônica, de sessenta e dez, respectivamente) . A prova é este fragmento encontrado em escavações que nos dão notícia de que eles utilizavam o número zero. Em um local tão distante da Índia, separado por um oceano inexplorado, não se pode racionalmente fazer uma transposição dessa ocorrência pelos meios conhecidos. Acredita-se que o número zero tenha sido , no continente americano, obra de descoberta independente. Do surgimento dele na Índia, a notícia indubitável que se tem é de cerca do ano 876 , o que retira a hipótese de ter sido importado da cultura maia. E se calcula ter sido originário do mundo grego, talvez de Alexandria, e daí levado para a Índia. Mas são conjecturas.
Exemplos : unidade era representada por pontos; e cinco por uma barra horizontal.
Se houvesse dois pontos, um ao lado do outro , sobre três barras horizontais, isso seria lido como sendo dezessete : 3(5) + 2 ( ou seja, 3 vezes o número 5 , isto é, as três barras e duas vezes a unidade , isto é, os dois pontos )
|
= 17 , ou 3 (5) + 2 |
.. |
___ |
___ |
___ |
.. |
___ |
___ |
|
|
= 352, ou 17(20)+ 12 |
Leia Mais : História da Matemática, de Carl B. Boyer, 2ª. ed.Trad. Elza F. Gomide
Ed. Edgard Blücher Ltda., pág. 146
An Introduction on the Study of Maya Hyeroglyphics, de Morley, S.G.,
Washington : Carnegie Institution, 1915 |
|
|
ÁBACO
- CHINESES, ÁRABES, EGÍPCIOS - 300
a.C.
Barras verdadeiras de bambu,marfim ou ferro. Carregadas
por administradores em sacolas e usadas em seus
cálculos. Eram 10 bolas em cada arame,
com ou sem barra central : “voando tão
depressa que o olhar não podia acompanhar
o movimento” –escritor do século
XI. Heródoto: “os egípcios
movem a mão da direita para a esquerda
para calcular,enquanto os gregos a movem da esquerda
para a direita ( placa de mármore em Atenas).” |
|
|
ÍNDIA
-
“Escavações arqueológicas
em Mohenjo Daro fornecem provas de uma civilização
antiga e de alta cultura na Índia durante
a era das construções das pirâmides
egípcias, mas não temos documentos
matemáticos indianos dessa época........”
A queda do Império Romano do Ocidente
tradicionalmente é situada no ano 476;
foi nesse ano que nasceu ARYABHATA, autor de
um dos mais antigos textos matemáticos
indianos.É claro,entretanto, que antes
disto –provavelmente antes mesmo da mítica
fundação de Roma em 753 a.C. A
Índia, como o Egito, tinha seus “atiradores
de cordas”, e as primitivas noções
geométricas adquiridas em conexão
com o traçado de templos e medida e construção
de altares tomaram a forma de um corpo de conhecimentos
conhecido como os SULVASUTRAS, ou “Regras
de Cordas”.(Corda ou sulba - corda usada
para medidas , e sutra significa um livro de
regras ou aforismos relativos a um ritual ou
ciência”. In História da
Matemática, de Carl B. Boyer,trad. de
Elza F. Gomide, Ed. Edgard Blücher Ltda.,
Brasil. Trata-se de um compêndio de livros,todo
em versos.O mais importante, Apastamba, contém
regras para construção de ângulos
retos por meio de ternas de cordas cujos comprimentos
formam as chamadas “tríades pitagóricas”.
Depois vieram os Siddhantas, com várias
versões épicas , que teriam sido
ditadas pelo deus do Sol, de nome Surya e se
referem a regras astronômicas(gregas misturadas
com o misticismo hindu).De sua leitura pode-se
inferir o nascimento,na Índia, da precursora
da função trigonométrica
moderna chamada seno. ARYABHATA - no sexto século
escreveu o compêndio ARYABHATYA, correspondente
a “Os Elementos”, de Euclides -matemática
pura, alto grau de abstração e
medida do tempo e trigonometria esférica.
“NUMERAIS HINDUS. O desenvolvimento de
notações numéricas na Índia
parece ter seguido a mesma linha que se encontra
na Grécia. As inscrições
mais antigas em Mohenjo Daro mostram a princípio
simples traços verticais, dispostos em
grupos, mas pela época de Asoka(terceiro
século a.C) estava em uso um sistema
semelhante ao herodiânico”.Idem,fls.145.
SÍMBOLO PARA ZERO: só aparece
na Índia em 876.Não se sabe ao
certo sua origem –talvez seja de Alexandria.
TRIGONOMETRIA
: “O desenvolvimento de nosso sistema
de notação para os inteiros foi
uma das duas contribuições da
Índia de maior influência na história
da matemática. A outra foi a inTrodução
de um equivalente da função seno
na trigonometria para substituir a tabela grega
de cordas. E o valor de raiz quadrada de 10
para o número “pi” - foi
tão freqüente na Índia que
às vezes é chamado de valor hindu”
A trigonometria hindu foi muito importante como
instrumento útil e preciso para a astronomia.
Multiplicação: “A adição
e a multiplicação eram efetuadas
na Índia de modo muito semelhantge ao
que usamos hoje, só que paecem a princípio
ter preferido escrever os números com
as unidades menores à esquerda, portanto
trabalhar da esquerda para a direita, usando
pequenas lousas com tinta removível branca...
multiplicação em reticulado, multiplicação
em gelosia, em célula, em grade ou quadrilateral...”Idem,
pág. 148. Divisão : Ali foi inventado
o “Método do Galeão”
ou “Método de Riscar” –
a propósito há uma ilustração
do século XVI – um manuscrito de
um monge veneziano “Opus Arithmetica D.Honorati
veneti monchi coenobiy s.Lauretig. In Biblioteca
de Pimpton.
BRAHMAGUPTA
–Grande matemático do século
VII, na Índia Central , deu grande contribuição
à álgebra, com soluções
gerais para equações quadráticas.
Há, ainda, as equações
indeterminadas e quadriláteros. Ele utilizou
formas abreviadas para adição,subtração,e,
na divisão, o divisor sob o dividendo
– como escrevemos frações,
mas sem as barras. Sua notação
é semelhante à de Diofante.
BHASKARA
- (viveu entre 114 a 1185) foi o maior matemático
hindu do século XII e complementou a
obra de Brahmagupta, tendo a sua obra compendiada
em parte no livro “Vija-Ganita”
– é aí que pela primeira
vez se encontra a afirmação de
que o quociente da divisão de um número
por zero é igual a infinito. Nem mesmo
os gregos haviam chegado a essa conclusão,
na época de Aristóteles, porque
o zero não era incluído na matemática
grega. Ouro compêndio de sua autoria é
o Lilavati . Em ambos se pode ver a reunião
da matemática pura com o misticismo hindu
. Exemplo:
“Dividendo
3. Divisor 0. Quociente a fração
3/0. Essa fração cujo denominador
é cifra,chama-se uma quantidade infinita.
Nessa quantidade, que consiste no que tem cifra
como divisor, não há alteração
mesmo que muito seja acrescentado ou retirado;
como nenhuma alteração se dá
no Deus infinito e imutável.” (In
mesma obra,pág.152) . Outro exemplo,
agora do pitoresco a serviço da ciência
: “ O problema do ‘bambu quebrado’
, popular na China(e considerado também
por Brahmagupta), aparece na forma seguinte
: se um bambu de 32 cúbitos de altura
é quebrado pelo vento de modo que a ponta
encontra o chão a 16 cúbitos da
base, a que altura, a partir do chão
ele foi quebrado?” (In mesma obra, pág.152).
RAMANUJAN
, Srinivasa ( viveu entre 1887 e 1920) e foi
o gênio hindu do século vinte.Também
tinha essa incrível habilidade de manipular
a aritmética e a álgebra, até
mesmo retirando de conversa corriqueira em seu
leito de hospital espetacular fórmula
de números contrários.Grandes
contribuições hindus: função
seno em trigonometria e nosso atual sistema
de numeração de inteiros chamado
indo-arábico.
|
|
|
GRÉCIA
(Algumas Curiosidades)
Os
gregos , no início, eram bárbaros
e iletrados. A partir da invasão que
praticaram até as margens do mar Mediterrâneo,
aproximadamente aos 2000 a.C. é que foram
se ilustrando, com o contato com as novas culturas
encontradas pelo caminho. E demonstraram a sua
genialidade latente por um desejo extraordinário
de aprender. Não só aprenderam,
como também melhoraram o que aprenderam
e criaram novas coisas, em todas as áreas
do conhecimento humano - os grandes filósofos,
que eram, também, excelentes matemáticos,
e se tornaram uma cultura hegemônica,
que deixou suas raízes fincadas em nossa
Civilização Ocidental. Tales de
Mileto, Pitágoras de Samos, Anaxágonas
de Clazomene,são figuras imponentes do
ínício da matemática como
a conhecemos hoje. Diz-se , até mesmo,
que foi Pitágoras de Samos que criou
estas duas palavras : filosofia , como “amor
à sabedoria” e matemática
,como “o que é aprendido”.Quadratura
do círculo : Hipócrates criou
fórmula para quadratura de lunas (figuras
formadas por uma corda e um arco de um círculo
que o corta em dois pontos), mas a tradição
indica Hípias de Elis como sendo quem
realmente primeiro possibilitou a fórmula
para a quadratura do círculo , através
da curva chamada trissectriz criada por ele
e que ficou conhecida como“quadratriz
de Hípias” – possibilitou
a Dinóstrato, com muita sofisticação
de cálculo, chegar a quadrar, realmente
, o círculo. Mas continuou a procura
de fórmulas mais simples para esse fim,
descobrindo-se muitas e muitas outras curvas,
ainda na Antiguidade. Outras Criações
gregas : pentagrama pitagórico, misticismo
sobre números, aritmética e cosmologia,
números figurativos, proporções,
proporções contínuas, duplicação
do cubo, incomensurabilidade, secção
áurea, paradoxos de Zeno, sólidos
platônicos, a origem da análise,
o método de exaustão, astronomia
matemática, álgebra geométrica,
medida do círculo, trissecção
do ângulo, área de um segmento
parabólioo, volume de uma esfera, trigonometria,
o círculo de 360 graus, astronomia ptolomaica,
óptica e astrologia, matemática
aplicada, teoremas de Papus, teoremas de Papus-Guldin,
etc..O Círculo de 360 graus: não
se sabe bem sua origem. Mas convenciona-se que
vem dos gregos desde Hiparco de Nicéia,
astrônomo, acerca de 180 a.C. Pode se
referir aos doze signos do zodíaco, ou
aos dias das quatro estações do
ano : num total de 360.
|
|
|
MATEMÁTICA
ÁRABE - A CASA DA SABEDORIA
Foi a era maometana que proporcionou o grande
desenvolvimento da matemática árabe.
No século sétimo da era cristã,
enquanto Brahmaguta fazia seus escritos de elevada
matemática a península arábica
passava por uma crise sem precedentes, porque
o Império Sabeano havia caído
e era habitada por nômades do deserto,
os beduínos, que eram, também
, guerreiros. Foi então que nasceu e
cresceu ali, na mesma condição,
o seu grande reformador : Maomé, que,
mercador, andou durante muitos anos em longas
viagens, estabelecendo contatos com judeus e
cristãos. E, a certo momento, por inspiração
mística, tornou-se o grande líder
de seu povo, unindo-o sob o Corão e conduzindo-o
para um futuro glorioso durante muitos séculos,
com muitas conquistas territoriais e adquirindo,
em contato com as culturas submetidas, ilustração
e sofisticação, especialmente
na matemática, assim como já ocorrera
com os gregos, dois mil anos antes de Cristo,
e com os romanos, um milênio depois. E
o seu ponto forte foram as artes e a matemática.
No início, enquanto Maomé vivia
, judeus e cristãos eram protegidos por
ele e seus seguidores e encontravam guarida
e proteção em suas terras. A religião
assim instituída por ele tinha por princípio
a fraternidade entre os monoteístas ,
o que somente começou a deteriorar-se
depois de sua morte, quando seus seguidores,
ainda guerreiros, dedicaram-se à expansão
do Império Islâmico e interesses
materiais produziram diferenças e discórdias,
como acontece em todas as sociedades humanas.E
foi por volta de 750 que tudo se abrandou e
o Império Árabe se dividiu em
dois (os ocidentais, em Marrocos e os orientais,
que se estabeleceram em Bagdad).Assim é
que em Bagdad o califa al-Mansur surgiu um grande
e novo Centro da Matemática e deu-se
o Milagre Árabe, repetição
histórica do Milagre Grego e do Milagre
Romano.
Final
do século VIII - Foi traduzido para o
árabe o livro Sidhanta,dos hindus e o
Tetrabiblos astrológico de Ptolomeu e,
então, está fincada a pedra filosofal
da hegemonia matemática árabe.
Foram três os grandes mecenas da cultura
islâmica que nascia- os califas al-Mansur,
Harum al-Rachid (nosso conhecido do célebre
“Mil e Uma Noites”, com a princesa
Scheherazade) e al-Mamum.
Al-Mansur foi o grande unificador. Sob ele se
desenvolveu a alquimia e a astrologia. Harum
al-Rachid - sob seu reinado se traduziu grande
parte dos escritos da matemática de Euclides
para a língua árabe, na verdade
franca entre os intelectuais especialmente.
Al-Mamum decidiu e determinou a tradução
para o árabe de todos os escritos gregos
que fossem encontrados e assim o foram o Almagesto
de Ptolomeu e uma versão integral de
Os Elementos de Euclides. Foi ele quem erigiu
em Bagdad a “Casa da Sabedoria”
(“Bat al-hikma”), somente comparável,
no mundo antigo, ao Museu de Alexandria. Os
manuscritos gregos foram obtidos através
de tratados com o Império Bizantino.
Casa da Sabedoria - Grandes vultos :Mohammed
ibu-Musa al-Khowarizmi – ficou tão
conhecido na Europa Ocidental quanto Euclides,
graças a seus feitos no campo da astronomia,
baseado inicialmente em ensinamentos vindos
da Índia, através dos Sindhind.
Morreu por volta de 850 e são seus maiores
feitos : mais de meia dúzia de obras
de astronomia e matemática.Tabelas astronômicas,
tratados sobre o astrolábio e o relógio
de sol, livros de aritmética e álgebra.
Fez uma exposição (que em nossos
dias se chamaria propaganda) tão elaborada
e sofisticada dos numerais hindus que hoje nós
ocidentais usamos, que até os nossos
dias há a impressão de que eles
foram criação árabe, e
por isso são chamados arábicos,
embora ele afirmasse sempre a origem hindu.Morreu
em 850.
Al-Khowarizimi
é considerado o “Pai da Álgebra”.
Do seu nome nos veio o nome da nova notação
dos números - alkhowarizimi? algorismi
? algorismo ou algoritmo?algarismo - é
sua grande marca na aritmética; Do nome
de sua principal obra veio o nome da matéria
que hoje estudamos : Al-jabr Wa’l muqabalah
? almucabola ?mucabala. “ A palavra al-jabr
presumivelmente significa algo como “restauração”ou
“completação” e parece
referir-se à transposição
de t ermos subtraídos para o outro lado
da equação, a palavra muqabalah,
ao que se diz, refere-se a “redução”
ou “equilíbrio” – isto
é, ao cancelamento de termos semelhantes
em lados opostos da equação. A
influência árabe na Espanha muito
depois do tempo de al-Khowarizmi pode ser vista
no Dom Quixote, onde a palavra algebrista é
usada para indicar um “restaurador”
de ossos.” (In História da Matemática,
idem, fls. 156). Grande Computador da Humanidade
:Foram tantas as influências na cultura
árabe, pois tiveram a oportunidade de
ler e estudar os antigos tratados da Mesopotâmia,
da Índia, da Grécia, de Roma e
outras culturas que os precederam e contemporâneos,
que é difícil de dizer a qual
linha dentre essas ela se filiou. Mas pode-se
dizer que, do conjunto de todas surgiu algo
novo, com características místicas
e pragmáticas, com o abandono de determinadas
tendências hinduístas que não
se desenvolveram e pereceram, como a análise
indeterminada. Assim, a partir do século
nono, foi realmente a matemática árabe
que passou a influir em todo o mundo conhecido
: eles foram como que um gigantesco computador
da humanidade que recolheu dela todos os dados
importantes e, fazendo uma “mixagem”
, apresentaram novas descobertas, que deram
origem à moderna matemática,
que levou o homem ao espaço sideral.
E aí se incluem as artes, a música
– com a introdução das escalas
maiores e menores ainda não conhecidas
no ocidente e que permitiram uma infinita combinação
de ritmos e sons riquíssimos a uma música
ocidental que se resumia mais nos “cantochões”
religiosos que não possuíam muitas
variedades melódicas ( são aquelas
que usam bemóis e sustenidos), a astronomia,
a navegação, a matemática.
Outros grandes vultos da Casa da Sabedoria :
‘Abd-al-Hamid
ibn-Turk – século nove –
equação quadrática, discriminante
negativo, prova da equação sem
solução, figuras geométricas.
Sua principal obra é chamada “Necessidades
Lógicas em Equações Mistas”,
semelhante ao Al-jabr, mas com maiores esclarecimentos
– usa figuras geométricas para
provar que, quando o discriminante é
negativo, uma equação quadrática
não tem solução.Thabit
ibn-Qurra – século nove - equivalente
árabe de Papus de Alexandria, ambos comentadores
da matemática superior. Fez provas de
alternativas do teorema de Pitágoras,
trabalhou em segmentos parabólicos, quadrados
mágicos, trissecções de
ângulos e novas teorias astronômicas,
propondo a chamada “trepidação
dos equinócios”.Abu’l Wefa
– século dez - sistematização
da trigonometria , que se chama trigonometria
árabe, introduzindo a noção
de fórmulas para provar teoremas, tais
como para ângulo duplo ou metade, lei
para triângulos esféricos, nova
tabela para ângulos diferentes, diferindo
(1/4)º, usando o equivalente a oito casas
decimais.Al-Karkhi – século onze
– primeiras soluções numéricas
das equações de forma ax²n
+ bxn = c . Bases para a matemática da
Renascença.Al-Biruni e Alhazen –
século doze o primeiro e dez, o segundo
- o primeiro, vários trabalhos, inclusive
de física, com discussão sobre
se a Terra gira em torno do seu eixo,mas não
deu a resposta, problema de gnonon, ou do cálculo
das sombras hindu, estudos sobre gravidade específica
e poços artesianos, solução
aproximada em fraçõpes sexagesimais
, fórmula trigonométrica para
cós 3? , facilitou a solução
da equação x³ = 1 + 3x ;
o segundo superou o
primeiro e é conhecido
por esse nome no Ocidente, mas o seu nome é
realmente Ibn-al-Haitham e viveu entre 965 e
1039 – escreveu o tratado “Tesouro
da Óptica”, inspirado em Ptolomeu
sobre a refração e reflexão
e influenciou cientistas da Europa na Renascença
- estrutura do olho, aumento aparente do tamanho
da Lua quando próxima do horizonte, avaliação
da altura da atmosfera, o célebre “problema
de Alhazen sobre ponto de reflexo em espelho
esférico, área limitada por arco
parabólico. IbnYunus– final do
século XI - uma das fórmulas para
“produto da soma” muito utilizado
na Renascença.
OMAR KHAYYAM - viveu
no século XII – é mais conhecido
no Ocidente como o maior poeta persas (as suas
célebres Rhubayatas) , mas foi um gênio
polivalente e teve na matemática uma
de suas maiores formas de expressão.
Conhecido como “fabricante de tendas”,
também, escreveu um tratado de Álgebra,
superior ao de al-Khowarizmi e dava soluções
aritméticas e algébricas para
equações do segundo grau; outros
trabalhos : equações do 3º
grau em soluções algébricas,
secções cônicas, avanço
na direção da matemática
de Descartes, que viria quase quinhentos anos
depois, chegou perto de definir os números
irracionais.Uma obra citada por ele em sua Álgebra
foi perdida e nela ele expunha um método
para encontrar as potências quarta, quinta
,sexta e mais altas de um binômio –
seria um arranjo ao triângulo de Pascal
– os chineses e hindus, na mesma época,
também fizeram a mesma coisa e as evidências
que se tem hoje da pouca possibilidade de comunicação
entre aqueles povos exclui a possibilidade de
uma cópia ou de troca de idéias
entre eles. Elaborou um teorema sobre o Postulado
das Paralelas , o quinto de Euclides, que sempre
foi um desafio até mesmo para gregos
e até mesmo no século dezoito
na Europa – “Omar Khayyam partiu
então de um quadrilátero com dois
lados iguais, ambos perpendiculares à
base (usualmente chamado”quadrilátero
de Saccheri”, novamente em reconhecimento
de esforços no século dezoito
) e perguntou como seriam os outros ângulos
(os superiores) do quadrilátero, que
são necessariamente iguais um ao outro.
Há é claro , três possibilidades.
Os ângulos podem ser 1) agudos, 2) retos,
ou 3) obtusos. Omar Khayyam excluiu a primeira
e a terceira possibilidade, baseando-se em um
princípio, que atribuiu a Aristóteles,
que diz que duas retas convergentes devem cortar-se
– novamente um enunciado equivalente ao
postulado das paralelas de Euclides.”
(Idem,
fls 166). Nasir Eddin –século XII
e Al-Kashi, no século XV.
|
|
Fonte
: História da Matemática –
DE Carl B. Boyer 2ª. Ed. Trad. Elza F.
Gomide
Editora Edgard Blücher Ltda.
Resumo Lia Pantoja Milhomens
|
|
|
|