Origem do conceito de Quimera
"Remontam, pelo menos,
à Antiguidade Clássica, os exemplos de várias figuras mitológicas,
muitas vezes deuses ou semideuses, que retratavam entes híbridos, ou
seja, uma combinação de outros seres, os quais eram dotados de
determinados atributos ou simbolizavam qualidades específicas.
Por exemplo, são
sobejamente conhecidas as esfinges egípcias, figuras enigmáticas com
cabeça humana e corpo de leão; entre os Assírios encontramos os touros
alados (corpo de touro, com asas e cabeça humana); um motivo tipicamente
persa era o leão com asas e cornos de bode; entre os Hebreus podemos
encontrar os querubins (esfinges aladas que surgem abrigando sob as asas
a Arca da Aliança, no Templo de Salomão); os antigos Gregos nutriam
especial predilecção pela Quimera, uma criatura com cabeça de leão
(símbolo do poderio helénico) que exalava fogo pela boca, tinha o corpo
de uma cabra e cauda de serpente - essa designação acabou por ser
adoptada para designar genericamente outros tipos de seres fantásticos,
cujos corpos eram a combinação de dois ou mais animais conhecidos.
Assim, e ainda na mitologia grega, surgem, entre outros, as hárpias (que
tinham cabeça e torso de mulher, pernas e cauda de ave e também asas),
os sátiros - cujos equivalentes romanos eram os faunos - (com torso
humano, cabeça com cornos, e a metade inferior do corpo semelhante à de
um bode), os centauros (parte homens, parte cavalos) ou os grifos (com
cabeça, bico, asas, torso e patas dianteiras semelhantes às de uma
águia, mas com orelhas, quartos traseiros e cauda de leão), os quais
podemos igualmente encontrar entre os Persas." (Autor: Luis Afonso)
http://www.revista-temas.com/contacto/NewFiles/Contacto10.html
Quimeras humanas - embriões humanos
"A
medicina considera as quimeras como pessoas constituídas por dois tipos
de células geneticamente diferentes. As quimeras humanas foram
descobertas inicialmente graças à fenotipagem sanguínea, pois algumas
pessoas possuíam dois tipos de sangue diferente. Muitas delas eram
quimeras sanguíneas, gémeos não idênticos que partilharam um
fornecimento de sangue no útero. Quando não aplicado a gémeos, pensa-se
que as células sanguíneas provinham de um gémeo que pereceu durante a
gestação. Embriões gémeos partilham frequentemente sangue na placenta,
permitindo a troca de stem cells sanguíneas e sua introdução na medula
óssea do gémeo receptor. Cerca de 8 % dos gémeos não idênticos são
quimeras.
Muitas mais pessoas são microquimeras, pois possuem algumas células
sanguíneas estranhas, quer recebidas por via placentária quer por
transfusão. Sabendo que mais gémeos equivalem a um maior número de
quimeras, ao implantar vários embriões no útero para um maior sucesso
reprodutivo na fertilização in vitro estar-se-á a contribuir para o
aumento do número de quimeras humanas.
São particularmente relevantes em medicina forense: genoma dos cabelos e
da saliva poderá ser diferente do sémen. Para analisar o ADN teremos de
o extrair, e o método de preparação da amostra será diferente consoante
o seu tipo. "Após a extracção do ADN, este poderá ser analisado por DNA
fingerprinting." (Autor: M. Lima, S., Lisboa, Portugal)
Fonte:
http://acesp.blogspot.com/2006/02/clonagem-de-embries-para-fins.html
Quimera humana: embrião híbrido humano-animal
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Foto da Reuters
Célula animal recebe o DNA humano em uma experiência |
"Reino Unido autoriza pesquisa médica com embrião meio
gente meio animal.
Autoridades
de saúde britânicas deram o sinal verde para
que cientistas desenvolvam embriões híbridos de seres humanos e animais,
voltados exclusivamente para pesquisa. A Autoridade de Fertilização
Humana e Embriologia do Reino Unido (HFEA, na sigla em inglês) autorizou
o processo depois que uma consulta pública indicou que a população
aceita a idéia. Especialistas garantem que tais pesquisas são
fundamentais para o tratamento de diversas doenças. Opositores, porém,
classificaram a permissão de um contra a dignidade humana.
Dois
centros de pesquisa, o King's College de Londres e a Universidade de
Newcastle, poderão iniciar os trabalhos sob uma licença com validade de
um ano para o estudo.
Especialistas afirmam que o uso destes embriões é muito importante para
a pesquisa de várias doenças. Outros centros de pesquisa que quiserem
fazer o mesmo terão que pedir autorização à HFEA, que anunciou que ai
estudar as permissões caso a caso.
Estudos sobre doenças incuráveis
Cientistas planejam criar embriões híbridos inserindo DNA humano em
óvulos de animais, como vacas e coelhos. Os embriões híbridos serão
usados para a extração de células - tronco e destruídos depois de 14
dias, quando o sistema nervoso começa a se desenvolver. A técnica é
considerada útil porque é muito mais simples obter óvulos de animais do
que de mulheres. A HFEA já havia garantido anteriormente que não há
qualquer possibilidade de eles serem usados para gerar quimeras (seres
mistos) vivas, pois uma gestação seria biologicamente inviável.
Atualmente, os cientistas que pesquisam esta área precisam usar óvulos
humanos deixados em clínicas, sobras de tratamentos de fertilização. Mas
estes óvulos são escassos e nem sempre são de boa qualidade. Conseguir
óvulos doados para a pesquisa também não é fácil e os congelados perdem
qualidade para estudo.
O Reino
Unido tem estado na vanguarda da pesquisa há muitos anos. O país foi
pioneiro na aprovação de medidas polêmicas. Foram os britânicos que
criaram a fertilização in vitro e desenvolveram a clonagem.
A equipe
do geneticista Stephem Minger, do King's College de Londres, planeja
criar embriões híbridos para estudar doenças neurológicas hoje sem cura
conhecida, como os males de Alzheimer e de Parkinson.
Já o
grupo do cientista Lyle Armstrong, da Universidade de Newcastle, espera
usar a técnica para compreender como as células - tronco se desenvolvem
e se transformam
em
tecidos diferentes.
─ Agora
que temos a licença, podemos começar o estudo o mais depressa possível.
Já trabalhamos muito transferindo células animais para óvulos de
bovinos, então esperamos um progresso rápido - disse Armstrong.
John
Smeaton diretor nacional da Sociedade britânica de Proteção das Crianças
que Ainda Não Nasceram (SPUC, na sigla em inglês), disse que a permissão
foi desastrosa."
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Veja mais:
Bibliografia
(1)
Faria, E. L. (2004) http://www.nomismatike.hpg.ig.com.br/Mitologia/Quimera.html
(2)
http://www.medicinenet.com/script/main/art.asp?articlekey=8905&pf=3&page=1
Gargoyles and Other Monsters in Norman and Gothic English Style
Texto
incluído no Web Site:
http://www.ulrikehoinkis.de/ |