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Tabelas Periódicas não Oficiais |
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Antes do magnífico trabalho de Mendeleïev (1869) houve outras tentativas de tabelas periódicas de elementos químicos que não ofereciam uma forma completa de classificação e apresentação adequada de seu posicionamento relativo .
A mais conhecida e usada foi :
1863 – Parafuso Telúrico , de Alexandre E. Béguyer Chancourtois :
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Veja mais em : http://www.christus.com.br/infochristus/tabperiodica/diversos/historia.htm |
Consistia em uma curva helicoidal com 16 partes, que formavam um cilindro, através de espirais em ordem crescente da massa atômica. Mas era justamente a utilização da massa atômica, que pode variar num mesmo elemento,em determinadas condições , o que provocava erros impossíveis de regularizar.
Mesmo no modelo de Mendeleïev ainda continuou alguma dificuldade, pois foi utilizada a massa atômica como ponto de referência, mas a sua qualidade era tão excelente e tão fácil a leitura, que logo foi adotada por todos os cientistas e ainda hoje é a única reconhecida oficialmente pelos órgãos reguladores internacionais , naturalmente com alguns aperfeiçoamentos, sendo o principal a mudança do ponto de referência para o número atômico.
Depois de 1869 a Tabela Periódica de Mendeleiev sofreu alguns aperfeiçoamentos, sendo os seguintes os principais, que a levaram à versão atual, que não apresenta mais os antigos problemas :
1913 - o número atômico. Henry G. I. Moseley, após observar que o número de prótons dentro de um determinado átomo é sempre o mesmo, aperfeiçoou o modelo mendeleieviano e lhe deu a precisão hoje obtida, corrigindo todos os problemas que apareciam com a utilização da massa atômica, substituindo-a pelo número atômico.
1950 - Lantinídios e Actinídios. Houve outra modificação na Tabela Periódica de Mendeleïev : seu autor foi Glenn Seaborg, que descobriu, a partir do plutônio (descoberto em 1940), os elementos transurânicos ( números atômicos de 94 a 102). Para poder incluí-los na Tabela Periódica , reformulou-a, fazendo a transposição de lantinídios e actinidios (que têm propriedades semelhantes entre si diversas das dos outros metais) para um local abaixo do núcleo principal, conservando a sua localização nas colunas correspondentes às suas famílias .Logrou, com essa vaga naquele local da Tabela, incluir aqueles novos elementos que descobrira, ainda restando espaço para outros que vieram a ser descobertos, dentro dos parâmetros estabelecidos oficialmente, com um ajuste perfeito. Por esse trabalho recebeu o Prêmio Nobel de Química de 1951. Foi tão importante a sua contribuição à Química, que um elemento químico recém-descoberto recebeu seu nome para homenageá-lo (Seaborgio), assim como foi feito em relação a Einstein (Einstênio) , Mendeleïev (Mendeleievo) , Roentgen, descobridor do Raio X (Roentgênio), Rutherford, que identificou o próton como componente do núcleo atômico e previu a existência do nêutron ( Rutherfórdio) e outros renomados cientistas.
Desde então têm aparecido alguns outros modelos, na segunda metade do século XX e agora, no início do século XXI, que ainda estão em estudo mas ainda não conseguiram suplantar o brilhantismo do gênio de Mendeleïev, nem obtiveram o reconhecimento pelos órgãos científicos oficiais internacionais suficiente para substituir sua tradicional tabela com as atualizações.
A seguir, alguns exemplos, conforme apresentados em reportagem na revista “Veja”, de fevereiro de 2006, sendo a mais nova inspirada no Parafuso Telúrico de Chancourtois, utilizando o seu autor a forma espiral.
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Roy Alexander : modelo cilíndrico. Conhecido “designer”, criou esse modelo da Tabela Periódica de Mendeleiev em forma de uma fita enrolada em forma de cilindro.
De acordo com a idéia , haveria a vantagem de evitar quebras de linha existentes no modelo original.
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Fernando Dufour: modelo cônico. Químico canadense idealizou o modelo em forma de árvore Natal,com vários níveis que vão descendo em espiral em torno de um eixo, cada círculo espiralado representando um dos períodos da Tabela de Mendeleiev. |
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Fichas periódicas : não chega a ser um modelo de tabela. São apenas fichas ou plaquetas de plástico presas por uma argola – cada uma traz o nome, a abreviatura e o número atômico de um elemento. É um lembrete de bolso. |
Galáxia Química :
Essa é a mais recente tentativa de elaborar uma nova tabela e que vem sendo apreciada em vários setores científicos pela beleza e funcionalidade, notadamente na Grã-Bretanha, onde surgiu. Ainda se inspira no Parafuso Telúrico, de Chancourtois. Foi idealizada pelo professor de Biologia da Universidade de Oxford, na Inglaterra, Philip Stewart. Procura adicionar beleza ao atual modelo e estimular a imaginação do leitor com uma alusão à sua semelhança a uma galáxia, vez que a espiral sobre a qual se monta é infinita, porque prevê a inclusão de um número desconhecido de elementos a serem descobertos e dá a idéia de movimento no espaço, já que a atividade atômica não é estática e se assemelha a um microcosmo, conforme as partículas já descobertas têm demonstrado,quando observadas em poderosos microscópios eletrônicos ( tais como prótons, elétrons, nêutrons, quarks, fótons ), e a existência de órbitas elípticas e movimentos de rotação em torno de eixos próprios , ou spin.
Suas inovações :
1) O modelo é todo circular : Stewart colocou os elementos em pequenos círculos e, ligados a eles, outros, menores, com os números atômicos correspondentes a cada elemento. Segundo ele, “ O cérebro humano se sente mais confortável com curvas do que com retas”. Mas conservou as cores originais das famílias dos elementos químicos.
2) O Hidrogênio (H), que na Tabela de Mendeleiev fica perto dos metais alcalinos, ganhou nova posição, na espiral - fica colocado em um aro mais central, perto do Carbono (C) , justificando essa alteração pelo fato de haver mais afinidade entre o Hidrogênio e o Carbono, com quem faz ligações com mais facilidade, do que entre o Hidrogênio e o lítio (Li) , e os metais alcalinos.
3) No centro dos círculos em espiral, foi colocado um elemento cuja existência está prevista pelos cientistas, embora ainda não confirmada, e que seria o Neutrônio, também conhecido como “Elemento Zero”, pois, por hipótese, possuiria apenas nêutrons em seu núcleo.
Veja abaixo o formato do novo modelo apresentado pelo biólogo inglês:
* “O NOVO ELEMENTO. No centro, um elemento que não faz parte da tabela periódica comum : o neutrônio, também chamado de “elemento zero”, que tem apenas nêutrons em seu núcleo. É tão pesado que deve existir somente no interior de estrelas de nêutrons.”
** “EM OUTRO LUGAR . Na tabela, o hidrogênio (H) ficava perto dos metais alcalinos, como o lítio (Li) . Na espiral, ele ganhou uma posição nova e isolada, mais próxima do carbono (C), com o qual ele tem mais semelhanças e freqüentemente se combina.”
Fontes :
http://www.calion.com/cultural/atomo/start.htm
Revista Veja, de fevereiro de 2006, Ed. Abril, pp. 20-21
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