Informe-nos o seu e-mail:

 

English version
 

As Sete Maravilhas Antigas

COLOSSO DE RHODES

 

 

“ A   ti  , ó  Sol, os dórios de  Rhodes  erguem esta esplêndida  estátua de bronze,
E com ela  homenageiam os deuses  olímpicos,
Porquanto  eles   pacificaram as ondas de guerra,
E coroaram  sua cidade  com os espólios tomados dos  inimigos.
Não somente sobre o oceano, mas também sobre a terra,
Mantém-se   viva  a sua amada tocha  da  liberdade ! “
(Inscrição dedicatória a Hélius,  o deus Sol,  no Colosso de Rhodes)

 

 

Breve Histórico

 

                                 Durante  a  maior parte  de sua  história,  a  Antiga Grécia  foi  formada  por  cidades-estados  que tinham  poder  limitado  por  suas fronteiras.
 
                                  Em uma    pequena  ilha chamada Rhodes, localizada    a 20 km  de distância da costa mais estreita da Ásia Menor,onde   o mar Egeu se encontra com o Mediterrâneo, havia inicialmente   três  cidades-estado  ( Ialysos, Kamiros e  Lindus), que, em  1408 a. C. ,   se  uniram e formaram  um só  território e uma só Estado, com a capital na cidade de Rhodes. A  cidade  assim  formada  mantinha e dominava  uma   rota  comercial  e  possuía estreitos   laços  econômicos   com  o seu  grande aliado, Ptolomeu I (o Soter) , faraó do Egito.
 
                                 Em  305 a.C., os Antagônidas  da Macedônia ,  que eram   rivais  de Ptolomeu ,  sitiaram  Rhodes, comandados pelo Rei Demétrio Poliocertes,   com o intento de  quebrar  a aliança Rhodo-Egípcia e dominar  a Rhodia. Eles  nunca conseguiram  penetrar  na cidade . E foram rechaçados dali por  Ptolomeu do Egito,que os  ilhéus denominaram de “ Soter”    ( o Salvador). Quando  foi feito o tratado de paz  em 304 a.C., os Antagônidas  abandonaram  o cerco, deixando  uma abundância de equipamento militar para trás.
 
                                 Para  celebrar  sua  unidade,  e para mostrar ao mundo sua luta pela liberdade, os  ródios  venderam  o equipamento e  usaram o dinheiro  para  erigir  uma  enorme  estátua  do seu  deus-Sol,  chamado Helius.Nessa  construção os próprios habitantes de Rodhes trabalharam. O artista que a criou foi  o escultor Chares de Lindus. Gastou-se  tanto bronze   na sua confecção, durante  os doze anos de sua execução,   que  foi provocada  uma crise nas fundições. Apesar disso,  o  trabalho de Chares  foi, na verdade, um triunfo sobre  o  método de colagem  das  placas desse metal, o que era sua especialidade, e  um grande feito  no ramo da metalurgia, mesmo se o assunto  for considerado à luz dos   tempos modernos.

 

Localização da  ilha de Rhodes onde outrora existiu a idade do mesmo nome.

 

Vista aérea da   Ilha de Rhodes: Cícero e Júlio Cesar estavam   entre os  antigos  freqüentadores. Vêem-se as rochas de entrada do porto  onde teria ficado a  estátua, e atual Porto de Mandraki.

Foto de  GABRIELA FIGUEIREDO/AE.

 

 

                                O monumento  durou apenas  56 anos, pois foi vítima de  um  grande terremoto  que  abalou a  região e desfigurou completamente a  ilha. Por  isso  houve  pouco tempo para  que a formidável obra    fosse  muito conhecida  entre todos os  povos da Antiguidade. E  poucos são  os  relatos a  seu  respeito.  Inicialmente  imaginava-se  que  cada  um dos  pés  da  estátua  se  fincava  sobre  um  dos  lados  da abertura  do penhasco que  dava entrada ao  porto da  cidade,  mas  essa  hipótese tem sido abandonada ultimamente.
 
                                 Veja, abaixo,  uma  antiga  representação artística  da construção   da estátua, que  pode  nos dar  uma idéia  de  suas  proporções monumentais, embora  ainda apresente  a idealização hoje desconsiderada de ter os  pés  em penhascos separados.

Construção do Collosso de Rhodes
Pintura a óleo de Canvas
16" x 28"

 

 

 

                                              Entre os  ródios  dos tempos helenísticos, Helius ( o Sol),  foi a deidade principal e, para  honrá-lo,  havia uma cerimônia  anual  em que  era  lançada ao mar  uma quadriga ( um carro puxado  por  4 cavalos)  viva, para que  o deus pudesse  usá-la,  em seu  percurso pelos céus.
 

Sobre o Colosso de Rhodes


 
                                 O Colosso foi construído entre 292  e  280 a.C. pelo escultor Chares de Lindus,  natural da cidade do mesmo nome na  Ilha de Rhodes – levou  12 anos  para  ser construída. Conta-se que  o artista  cometeu suicídio  logo depois  que a concluiu , desgostoso com   o pouco  reconhecimento  público que  obteve,  e por causa das   muitas  críticas  pelo excesso  de gastos   e   congestionamento das  casas de fundição    de bronze ,  o que trouxe algum  prejuízo  para  a indústria   de  artefatos de  metal. Outra hipótese,  menos  convincente,  sobre o suicídio, é de que o artista era  excessivamente perfeccionista   e, um  pouco antes da conclusão, entendeu que  suas medidas não eram perfeitas, apesar  de especialistas  contemporâneos declararem o contrário.
                                 Uma de suas peculiaridades  é ter sido  uma das raríssimas  estátuas a representar  um deus  desnudo.
 


Comparação com a Estátua da Liberdade -USA
segundo cálculo estimado de Maryon
In http://es.geocities.com/coloso203/col8.htm

 

 

                                 Podemos ter  sua  descrição  através de Plínio e de  Filon de Bizâncio.
                                                Plínio , o Velho , no seu livro “Naturalis Historia”, descreve o monumento pelos destroços   que  restaram após o terremoto:
                                                O mais digno de admiração é  essa colossal estátua do Sol, que , antigamente, estava  em Rhodes, construída  por Chares de Lindus  e que media, aproximadamente, mais de 35 metros de altura.
                                                Nos anos 56 de sua conclusão, a estátua foi derrubada por um terremoto, mas ainda caída suscita nossa admiração e estimula  nossa  imaginação.
                                            Poucos  podem rodear  seu polegar  com os braços, e seus dedos  são maiores do que os da maioria das estátuas.
                                            Nos lugares  onde as extremidades  aparecem quebradas, vêem-se grandes cavidades  de respiradouros         no seu interior.  Também se vêem dentro grandes quantidades de pedras, com cuja ajuda o escultor  lhe deu estabilidade, enquanto a construía.”
           
                                            Conta-nos Filon  de Bizâncio, no   ano  146 a. C., quando escrevia  sobre as Sete Maravilhas do Mundo Antigo:
 
                                              “Em Rhodes  se levantou um colosso de 35 metros de altura, que representa  o Sol, embora a sua  semelhança  com o Deus somente  a conheçam  os seus descendentes.
                                              O artista  gastou tanto bronze nela que chegou a criar  uma crise  nas fundições;a  forma de colar a estátua  foi, sem dúvida, um triunfo  mundial em  metalurgia ...
                                             O artista reforçou  o bronze  por dentro com um andaime de ferro e blocos quadrados de pedra, cujos vergalhões  ligados testificam  uma martelada  com força ciclópica, tanto  que , com efeito, a parte oculta do trabalho é maior  do que a que se vê ...
                                             Em baixo, fez-se uma base  de mármore branco e, sobre esta, de acordo com a  proporção,  estavam  seguros em primeiro plano os pés do colosso até  os ossos  do tornozelo, sobre os quais  devia se  levantar o deus, de 35  metros de altura.
                                 Como a parte superior  da base ( literalmente, o “nível dos pés”) já era tão alta que superava  o tamanho de outras estátuas, não se podia levantar  o resto  daquela  para colocá-la em sua  posição mais superior ; por  outro tanto,  foi necessário re-embasar os tornozelos  e  seguir  levantando o resto até  em cima (por etapas), como se fosse  um  edifício. “
                                 Diz ainda  Filon que Chares, tendo feito primeiro  um modelo da estátua, fundiu as partes  em separado em bronze, e, ao armar  a estrutura, foi fundindo as partes , subindo  de alto em  alto ,  até  completar  o colosso.  E  conclui :
                          “ O escultor foi empilhando em volta das partes ainda  não completadas  do Colosso, uma vasta quantidade  de terra que  ocultava as partes  já concluídas, o que permitia   fundir  as etapas seguintes ao nível da terra.
                          Assim, subindo palmo a palmo até  o objetivo de sua empresa, às  expensas de 500 talentos de bronze e  300 de ferro, fez seu deus igual ao Deus,  erigindo uma obra  poderosa em sua audácia, porque  deu ao mundo um segundo sol, que rivalizava  com o primeiro.”
                                 Altura total da estátua   e as placas de bronze :  estudos  críticos recentes de  Herbert Maryon  estabeleceram que a altura  da estátua,  da cabeça aos pés,  era, na realidade de  36  metros. Somando a  isso  a altura provável do pedestal que  Filon  afirmou ser maior  do que  o tamanho de qualquer  outra  estátua, chegou à conclusão de  que  perfaria  um total de   45  metros,  da cabeça ao solo,  o que a torna maior  do que  o Monumento de Wren, ao Grande Incêndio de Londres, para se ter  uma idéia. Na altura do peito, teria  18 m de circunferência,  na coxa, circunferência de 3,3 m, e, no tornozelo,  de 1,5 m.
                                   Ainda  de acordo com os estudos de Maryon,  cada placa   deveria ter 90 cm e  a  espessura  seria   idêntica à das  moedas comuns. Os  modelos  prontos eram feitos pelo escultor  e a adaptação ao feitio  de cada parte do corpo se daria  no  local  da colocação, pelos  próprios operários que a trabalhavam.
                               Aspecto artístico da estátua: Filon de Bizâncio era  mecânico e  por isso  lhe  interessou mais  examinar  o  monumento   em relação ao  aspecto  da construção. Mas,  pessoas de reconhecida elevada   capacidade   de  estabelecer comparações, dada a sua cultura e  o seu conhecimento sobre obras  de arte,  na Antiguidade, compararam o Colosso de Rhodes,   em  seu aspecto de beleza exterior, a  trabalhos de Fídias e de Praxíteles, considerados   os maiores em sua época  e afirmaram que  não só   ele foi a maior estátua  jamais construída, como também  o modelo mais perfeito de  uma forma  humana   que  o homem algum dia  poderia fazer.
                                 Duas  representações artisticas modernas podem  nos dar  uma idéia  do que póderia ter sido a beleza plástica e o tamanho  do Colosso de Rhodes , embora nada reste atualmente que  possa confirmar sua real aparência:

Idealização artística, segundo a hipótese mais aceita
atualmente .
In  http://es.geocities.com/coloso203/col8.htm
  Colosso de Rhodes segundo representação de Salvador  Dali 
 In  http://lua.weblog.com.pt/arquivo/cat_arte.html

 

 

 

O fim do Colosso de Rhodes

 

                                  O terremoto que abalou a  ilha de Rhodes em   224 a. C.     atirou a estátua para  o fundo da baía  do  mesmo nome,  onde  seus restos ficaram até  a chegada dos árabes,  no século VII,  que a  partiram  e a venderam como sucata. Chegaram a   nossos dias   registros de que   foram necessários   900  camelos para transportar todo o bronze  da estátua.

 

 

A reconstrução

 

                                 A  11 de fevereiro de 2005  o  presidente da câmara da Rhodes, nas ilhas Gregas, voltou  a lançar o projeto de reconstruir o famoso Colosso de Rhodes. Para tal criou um comitê de trabalho constituído por várias personalidades da política e das artes européias ,  presidido pelo ex-presidente da república português, Mário Soares   .   Até a data  deste  resumo histórico, porém, não há notícias de sua conclusão.
 
                                                                  
Fontes
 
www.vitruvio.ch/arc/sevenwonders/colossus.php - 22k
http://www.mlahanas.de/Greeks/Colossus.htm
pt.wikipedia.org/wiki/Colosso_de_Rodes - 20k
http://es.geocities.com/coloso203/tapa.htm
ruiconceicao.no.sapo.pt    
http://lua.weblog.com.pt/arquivo/cat_arte.html                                                             
Referências :  The Seven Wonders of the Ancient World (1988) edited by Peter A. Clayton and Martin J. Price; The Seven Wonders of the World (1995) by John and Elizabeth Romer; Hellenic Age (1986) by J. J. Pollitt; Greek Sculpture: The Classical Period (1985) by John Boardman.Plinius: Natural History (1938-) translated by H. Rackham et al. (Loeb Classical Library); Vitruvius: The Ten Books on Architecture (1960) translated by Morris Morgan (Dover Books); Greek Anthology (IX: The Declamatory Epigrams) (1917) translated by W. R. Paton (Loeb Classical Library)





 

IEJUSA

Espaço Cultural IEJU-SA

©2009 - IEJU-SA