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As Sete Maravilhas Antigas

FAROL DE ALEXANDRIA

 

 

   “ Para  marinheiros, ele representava  um seguro meio de retornar ao Grande Porto. Para arquitetos, ele significava  bem mais : ele era  a mais alta construção  na Terra. E para os cientistas, ele era  o misterioso espelho que mais os fascinava – o  espelho cujo  reflexo poderia ser visto a mais de 50 km ( 35 milhas) mar adentro.”
In   http://ce.eng.usf.edu/pharos/wonders/pharos.html

 

 

Breve Histórico

 

                             Quando Alexandre  Magno  conquistou  o Egito, foi acolhido com  entusiasmo  pelos egípcios,  que  não  agüentavam mais  o duro  domínio  a que estavam submetidos  pelos  persas. A seu turno , Alexandre se encantou  com a terra e com  o povo e, como prova de  respeito  para com a  civilização ali encontrada, decidiu  submeter-se a  seus  rituais  e  por  isso  se  dirigiu  ao  oásis Siwa  para  receber   do deus Amon-Rá  a consagração  como faraó.
 
                                Foi durante essa  viagem que o imperador  macedônio se  deteve  para fundar a cidade a  que  deu  seu  nome,  com a  idéia  de  torná-la  suntuosa e  destinada a  ser  um  núcleo  de poder  e de  cultura,  conforme o foi , de onde  governaria ,  não tendo, contudo  chegado  a  reinar 
 

Moderna Alexandria – Porto provável do antigo Farol

 

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Estátua de Alexandre no Egito, como Faraó

 

                                   O  local escolhido  foi  o  melhor  possível : no  lado oeste do Delta ,  em  um istmo  entre  o  mar  e  o lago de Mareótis, perto  do braço Carnópio  do Nilo, no  local   onde  se situava  uma antiga aldeia,  Rhakotis,   na  encruzilhada das  rotas  navais, fluviais e terrestres  de três  continentes – Europa, África  e Ásia .  Fundada no  inverno de 332 a.C. e 331 a.C.,    Alexandre a   iniciou  e pôde   deixar tudo  iniciado ,   incluindo os projetos da sua famosa Biblioteca e  o seu  magnífico  Farol .  A  cidade  logo  se  tornou   a capital cultural  do Helenismo e  o  maior centro comercial do  mundo antigo,  por  mais  de  três  séculos.


Localização de Alexandria, no Egito

 

                                   Alexandre  mandou construir um porto artificial entre a  costa e a ilha de Faros, que se encontrava a  aproximadamente  1.000 m da  margem – ela foi  unida ao continente  por  um  paredão ( o Heptaestádio), um dique  com sete  estádios de comprimento, aproximadamente  1.200 m, dividindo, assim, a  baía, em  dois  portos : a  leste,  o porto de guerra,  os arsenais,  os estaleiros  navais e o porto  pessoal  do soberano; a  oeste,  o porto mercantil (  o Eunostos – que significa “bom regresso). E idealizou a construção, ali, de um  monumento, que seria  o precursor de todos os modernos faróis.
 
                                   Quando  Alexandre  morreu,  deixou seu general, Ptolomeu,  reinando no Egito,o qual foi feito faraó e assumiu o título de Ptolomeu I, depois  acrescido de “Soter” ,  homenagem  dos  gregos que continuavam  em seu berço natal,  palavra  essa   que significava “Salvador”,  eis que  ele   defendeu  todas as  populações  helênicas do  Mar  Egeu contra as  invasões  de  outros  povos.  Foi  ele  quem,  tendo assistido à construção da cidade de Alexandria,  transferiu a capital  egípcia  para  lá   e quem  iniciou a construção do famoso  Farol.

 

Sobre  o Farol de Alexandria

 
                                   Havia  uma  ilha  bem  próxima  à costa  de Alexandria, hoje um promontório na cidade moderna , e que era ligada  a ela   por  um dique,  o conhecido Heptastadium,  que  possuía  duas aberturas  para  permitir a  passagem  das embarcações. Seu  nome era  Faros  e,  segundo a  lenda, esse nome   provém  da  palavra  Faraó,  pois ficou conhecida como sendo  a  Ilha  do Faraó, dado que  seu  grande palácio foi construído ali, mas  o mais provável é que seja  uma palavra grega.  E  foi  justamente o local   escolhido  para   ser construído  o monumental  instrumento,  por volta de 290 d. C.,  iniciando-se  a construção sob  Ptolomeu I Soter, mas somente terminada após sua  morte, sob o reinado de Ptolomeu II Philadelpho.
                    
                                     Esse dique   foi construído   para  proteger  o  porto pois as condições da natureza,  no local,  eram  perigosas  para  a  navegação  e  também  foi esse  o motivo  da  necessidade da construção de  um farol.  Ele   dividia  o porto  em  dois,  havendo  uma abertura  no  mesmo  para a entrada e saída das  embarcações.
 


Visão artística moderna
In  http://www.unmuseum.org/pharos.htm


Visão artística de M. Larrinaga

 

                                   O  então afamado arquiteto  Sóstrato de Cnido, contemporâneo de Euclides,  foi chamado  para  construir  o farol, mas sabe-se  que  os cálculos  de suas fundações foram feitos  pelos matemáticos e cientistas da Biblioteca de Alexandra. Foi o  primeiro  farol  do  mundo  cuja obra se concluiu cerca   280 a.C. e 270 a.C., dedicado aos  deuses  Ptolomeu  Soter e Berenice,  sua  esposa.
 
                                   Por  séculos  o Farol de Alexandria , também  referido como o  A Casa de Luz de Faros,  foi  usado  para   indicar  o porto e a  sua  luz  era alimentada  por fogo à  noite e pelo reflexo dos raios solares durante o dia. Ele  foi  cunhado  em  moedas romanas  , assim  como  os  monumentos  de  hoje  em dia  o são   nas  moedas correntes.
 
                                   Plutarco,  em seu livro “História de Alexandre ”,  narra  o seguinte , sobre a idéia do grande Conquistador   em construir a  cidade de Alexandria :
     
                                                     “ ... uma larga e  populosa cidade  grega  que tomou o seu nome e por  competência de seus arquitetos  foi  realizada em  um local que ele  escolheu . Então,  à  noite,  enquanto ele  dormia  ,  ele  teve   uma  maravilhosa visão.  Um homem   com cadeados barulhentos  e  com um  venerável aspecto apareceu de pé ao seu lado e recitou estes versos :
 
                                                      “ Agora existe  uma ilha  no maravilhoso mar ,
                                                        Em frente ao Egito ;
                                                     Pharos é como a chamam os homens”.”
 
                                                              E mais adiante, ainda  em sua obra,  Plutarco  lembra que então  Alexandre se recordou do  Livro IV da Odisséia, em que Menelau  conta  a Telêmaco  como  fora levado   aos  mares do Egito e que  ali naquelas praias  se  poderia  ancorar  navios  e zarpar de lá mesmo. E então o Macedônio foi até a Ilha de Faros  e de lá observou  a costa à sua frente e disse que Homero  era  não somente especialista em  outras áreas, mas também  um excelente arquiteto e determinou que  se  fizesse  o planejamento da cidade e que  ela  fosse  construída ali mesmo naquele  local.   
                              

Dados sobre a construção


 
                                   Havia  uma  estátua  no cimo do farol,  que  depois foi perdida. Muitos acreditavam que  seria de Ptolomeu Soter, o faraó egípcio que  iniciara a construção, de  Poseidon,   o deus dos Oceanos  ,ou então de Zeus. A seguinte inscrição  ao pé do Farol, colocada  pelo próprio Sostratro, durante  anos  fez com que  se  imaginasse  ter sido a  obra   oferecida aos  deuses   Castor e Pólux, filhos  de Zeus,  e considerados  “Salvadores”, dado que   estava escrito ali “Divinos Salvadores”,  mas,  mais tarde, diante  de  documentos  encontrados,  ficou certo que  ela era   mesmo de Ptolomeu  Soter  e  o plural é  explicado porque  o monumento foi dedicado a ele e sua esposa. Ou , ainda, outra  hipótese  é de que  tivesse  havido por parte do arquiteto  uma ambigüidade  deliberada,  como licença  poética,  já  que  o faraó  e a  esposa,  a quem se deveria  dedicar   a  obra desde o início ,  já  estavam mortos  e  deificados, conforme  o costume egípcio  da época. E, assim,  como esse não era  um costume  grego, causava  o seu autor  alegria  a ambas as civilizações envolvidas, cada  uma entendendo que  eram  seus os deuses glorificados.
   
                                               “Sostratus de Cnidos, filho de Dexiphanes, para  defesa dos                                              marinheiros,  em honra  aos Divinos Salvadores.”
 
                                   O Farol de Alexandria possuía  120 metros de altura, totalmente  feito de mármore, e era a mais alta construção da Terra.Era  equipado com todos os instrumentos mecânicos então conhecidos para proteção da navegação , sendo  capaz de efetuar previsões meteorológicas. A sua luz era alimentada por lenha resinosa, içada por máquinas hidráulicas que, por uma combinação de espelhos côncavos, se dizia ser visível a mais de 50 km de distância . Esse  espelho  fascinou  cientistas  , dadas  as suas  propriedades,  não conhecidas até então.Foi  modelo tecnológico para todos  os faróis fabricados  no mundo desde então. De todas as Sete  Maravilhas do Mundo antigo é a  única que, além  da  extrema qualidade  arquitetônica,  possuía  uma  finalidade  tecnológica.

 
Farol de Alexandria
 
Reconstituição em planta baixa do Farol de Alexandria

 

                              Assinalava a passagem do sol, a direção do vento e marcava horas. Estava equipado com sinais de alarme acionados a vapor que se faziam ouvir durante o mau tempo, bem como com um elevador que permitia o acesso ao cimo da torre. Possuía também um periscópio gigante, por meio do qual um vigia podia observar embarcações que se encontrassem para além do horizonte aparente.
 
                    Strabo e Plinio, o Velho, historiadores do mundo antigo, dão-nos uma breve descrição da "torre" e do revestimento de mármore branco. Eles contam como o misterioso espelho podia refletir a luz até 50 km  de distância. A lenda diz que o espelho também era usado para detectar e queimar navios inimigos antes deles conseguirem alcançar a costa.

                          Em 1166, um viajante árabe, Abou-Haggag Al-Andaloussi visitou o Farol. Ele documentou com riquezas de informações o seu interior e deu-nos uma precisa descrição da estrutura pelo qual ajudou os arqueólogos  a reconstruírem o monumento, apesar   do  seu desaparecimento  no século XIV,  em razão  de vários terremotos que  atingiram a região.
 
                        O capítulo final da história do Farol veio em 1480 d.C. quando o sultão mameluco Quaitbei decidiu fortificar a defesa de Alexandria. Ele construiu um forte medieval no mesmo local onde o Farol ficava, usando as rochas e o mármore utilizado no que restava do Farol .
 
                          Atualmente nada resta  do famoso Farol de Alexandria.


 In  http://www.geocities.com/TheTropics/Shores/7037/pharos.htm

 
 
Fontes :
http://www.educ.fc.ul.pt/docentes/opombo/hfe/momentos/museu/fundacao.htm
http://pt.wikipedia.org/wiki/Farol_de_Alexandria
http://www.avanielmarinho.com.br/maravilhas6.htm
http://ce.eng.usf.edu/pharos/wonders/pharos.html
www.gkindia.com/architecture/pharos.htm - 8k
http://www.greece.org/alexandria/pharos/
 
Referências :  The Seven Wonders of the Ancient World (1988) edited by Peter A. Clayton and Martin J. Price; The Seven Wonders of the World (1995) by John and Elizabeth Romer; Hellenic Age (1986) by J. J. Pollitt; Greek Sculpture: The Classical Period (1985) by John Boardman.Plinius: Natural History (1938-) translated by H. Rackham et al. (Loeb Classical Library); Vitruvius: The Ten Books on Architecture (1960) translated by Morris Morgan (Dover Books); Greek Anthology (IX: The Declamatory Epigrams) (1917) translated by W. R. Paton (Loeb Classical Library)




 

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