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As Sete Maravilhas Antigas

OS  JARDINS SUSPENSOS  DA BABILÔNIA

 

 

"Eles consistem de terraços superpostos, erguidos sobre pilares em forma de cubo. Estes pilares são ocos e preenchidos com terra para que ali sejam plantadas as árvores de maior porte. Os pilares e terraços são construídos de tijolos cozidos e asfalto. A subida até o andar mais elevado era feita por escadas, e na lateral, estavam os motores de água, que sem cessar levavam a água do rio Eufrates até os Jardins”. Assim  o  geógrafo grego Strabo (63 a.C.-24 d.C.) os descreveu.

 

 

 

Breve Histórico

 

                                  O Historiador Heródoto, em  450 a.C.,  escreveu  sobre a antiga cidade  da Babilônia,  na Mesopotâmia, sob  o reinado  de Nabucodonossor II,  sem contudo, se referir  aos “Jardins  Suspensos” : “ Além do tamanho, a Babilônia ultrapassa  em esplendor qualquer  cidade do mundo conhecido  até  hoje.”        

O “Crescente  Fértil”

 

O   Crescente Fértil era  uma  região   situada  entre  os  rios Tigre e Eufrates,  na antiguidade, com terras  férteis,  começando na Costa Leste do Mar  Mediterrâneo, em forma de meia-lua,  indo até o  Golfo Pérsico. Ali  floresceram    civilizações,  dentre as quais  os  povos  da Mesopotâmia,  com  o ponto  máximo na cidade da Babilônia,  onde   Nabucodonossor II  construiu no século VII a.C. , segundo  relatos  de  historiadores antigos, uma das  Sete  Maravilhas do Mundo Antigo,   os  “Jardins Suspensos da Babilônia”.

 

 

                                   Pouco  se  sabe  da origem  dos  povos  Mesopotâmios. Até o século XIX  somente  se  possuía  notícias  deles  através  de  historiadores antigos,  como os gregos Heródoto, Berossus  e Diodorus  e  outros  personagens da  história antiga  que visitaram a  região  no auge  daquela  civilização,  como os soldados  de Alexandre , o Grande, que ficaram deslumbrados quando avistaram a  Babilônia, na sua conquista da Mesopotâmia e falaram  também sobre os maravilhosos   Jardins, com muitas palmeiras   no topo, visíveis ao longe.
 
                                   Muitos  estudos arqueológicos  foram feitos, até que  em 1899 Robert  Koldewey   localizou onde  teria  estado a cidade de Babilônia,  bastante citada em textos bíblicos. Era o local   que  atualmente compõe a região central do Iraque moderno. Escavou-a  por 14 anos, tendo descoberto debaixo de toneladas de areia suas muralhas exteriores e interiores, a fundação da torre sagrada ou zigurate de Babel, 


Modelo de Zigurate  ou  Templo Babilônico

 

os palácios de Nabucodonosor e a avenida principal que passava pelo centro da cidade, com o famoso Portal de Inana/Ishtar, que dava acesso ao complexo de templos e palácios da cidade. Ao escavar a cidadela do Sul, Koldewey descobriu uma área de subsolo com quatorze salas de grande tamanho com tetos em abóbada. Registros antigos indicavam que apenas duas localizações na cidade faziam uso de pedras, as muralhas da Cidadela do Norte e os Jardins Suspensos. A muralha norte da Cidadela do Norte já havia sido descoberta, e continha, na realidade, pedra. Pelo visto, parecia que Koldewey havia encontrado o subsolo dos Jardins.
                                    Ele continuou a explorar a área e descobriu muitos dos detalhes citados por Diodoro. Finalmente, Koldewey desenterrou uma sala com três grandes e estranhos furos no solo. Ele concluiu que esta era a localização das roldanas e correntes que levavam a água até a superfície, onde se encontravam os jardins.
                                   De  qualquer  forma, sabe-se,  em  nossos dias , que  os “Jardins Suspensos da Babilônia” foram construídos  por  uma civilização  muito antiga, bem mais do que a  egípcia  e  com elevado  conhecimento  de engenharia,   assim  como a descreve historiador  C. W. Ceram, no livro “Deuses, Túmulos e Sábios”:
                                                       "O fato da multiplicidade de interpretações dos caracteres babilônicos e assírios não pode ser explicado por si mesmo.Tal sistema mostra os sinais de um desenvolvimento demorado.”  ... Juntaram-se centenas de pesquisas isoladas , convergindo na afirmação de que não podiam ser nem os babilônios semíticos, nem os assírios, os inventores da escrita cuneiforme , mas um outro povo , não semita, cuja existência , aliás, ainda não pôde ser provada por um único achado sequer. Tal hipótese não deixava nada a desejar em ousadia.Contudo, os pesquisadores tornaram-se tão seguros, no decorrer dos anos, que, apesar de apenas afirmar a existência de tal povo, deram-lhe um nome. O franco-alemão Jules Oppert falou em sumerianos. É deduzido do título dos mais antigos soberanos da parte mais austral do país dos Dois Rios, os reis de Sumer e Akkad. Não demorou muito e descobriu-se que quase tudo que tinha sido apresentado por Babilônia e Nínive remontava ao trabalho preparatório do misterioso povo sumeriano."   
                                   Não  se  sabe  com certeza  quem   construiu os “Jardins Suspensos”. Muitos  estudiosos, contudo, baseados  nas  narrativas   de  historiadores antigos,  em comparação com  alguns fatos e datas   que  se sabe  sobre  esses  povos, acreditam  que  tenham sido obra  do  poderoso  monarca Nabucodonosor  II ( ou Nebuchadrezar II ,nascido a 630 a.C. e morto a  562 a.C.), aproximadamente  no ano  600 a.C.,  para  presentear  a mais querida  de  suas  esposas, a  rainha Amitis,   nativa  do reino da Média,  porque  a  mesma  vivia triste e saudosa  das  montanhas  e  matas  de  sua  terra natal,  em  meio   às  areias  e   as  planícies  da Mesopotâmia. Também  não  sabemos  quem  os destruiu, mas  a  hipótese  mais provável  é  a  de que  foram os  persas, quando  invadiram a Babilônia,    quando  destruíram  o palácio   real,  sobre  o qual existem boatos de   que  se  localizasse essa  maravilha  da engenharia e arquitetura antigas.
 
Sobre os "Jardins Suspensos da Babilônia"


                                   Localização - No banco Leste  do Rio Eufrates, num antigo bairro da cidade de Babilônia, entre as  margens  desse  rio  e os palácios reais, atualmente  o Sul do Iraque.
                                   Nome - O qualificativo  “Suspensos”  é  uma tradução  imperfeita.  Vem do grego krenastus   ou do  latim  pensilis, palavras   utilizadas pelos  historiadores e  outras pessoas para os caracterizarem .  É que ,  nos respectivos idiomas,  significam, além de “suspensos”, também  “sobrepostos”,  sendo essa  última  a  tradução correta : “ suspensos” é  uma expressão que dá  a  idéia  de serem  seguros por cabos  ou cordas,  quando  , segundo todas  descrições, não  o eram,  mas,  sim, patamares  artificiais   de terra   sobrepostos  uns aos  outros, como no caso de  um terraço  ou balcão.
                                   Aparência - Como  não chegaram aos  nossos dias , os  “Jardins Suspensos da Babilônia” têm  sido  retratados  por  muitos artistas,  reunindo  o que  de mais belo  possam  imaginar,  dentro  das  descrições  históricas.

 

Os jardins suspensos da Babilônia, como imaginados por
Martin Heemskerck.

Autor desconhecido

 

 

                                    “ A entrada  para os Jardins estava inclinada como uma ladeira, e as várias partes da estrutura cresciam de camada em camada.... Sobre tudo isto, a terra foi empilhada... foram espessamente plantadas  árvores de todas as espécies que, por seus grandes tamanhos e outros charmes, davam prazer ao proprietário... As máquinas de água elevavam a água em grandes quantidades do rio, apesar de ninguém fora dos terraços poder vê-los."
(Diodorus Siculus , grande historiador grego  :  90 a.C. – 21 a.C.).
                                   Os  “Jardins Suspensos” eram constituídos  por  seis  montes artificiais  de  terra, com terraços arborizados, e chegava-se a eles  por  uma escada inclinada  de mármore.A forma como foram construídos fazia com que, de  longe, parecessem elevações  ou montanhas, com árvores  de todos  os tipos no topo, destacando-se  palmeiras – tudo era visto a distâncias consideráveis por sobre as  muralhas  do palácio de Nabucodonosor.
                                   Eram compostos por  jardins botânicos  com flores fragrantes e esculturas , que  surgiam  dentre as piscinas   e  fontes. Árvores  frutíferas acentuavam  as áreas retangulares cultivadas e  sob a  sombra  delas movimentavam-se  animais de  pequeno e grande portes. A água  descia em cascata  do lago reservatório superior por sobre a vegetação localizada  em baixo e  era liberada também  através de diques que seguiam por canais que atuavam  como rios artificiais.

 

Características da construção

 

                                   Ainda  segundo o relato  de  Diodorus Siculus, cada  um dos seis patamares  possuía  400 pés ( ou 121,91 m ) de comprimento  por  400 pés ( ou 121,91 m) de largura e  80 pés ( ou 24,38 m) de altura. Outros relatos  indicam que a altura era  igual à das  muralhas  exteriores da cidade,  que , conforme se sabe, chegavam a 320 pés (ou 97,53 m) de altura. As fundações que Koldewey descobriu mediam 100 por 150 pés (30,48 por 45,72 m). Menor do que as dimensões citadas pelos historiadores, mas ainda de causar assombro .


Ruínas do palácio de Nabucodonosor e provável parte dos jardins suspensos da Babilônia



Sobre uma fundação de poços em arcos de ogivas (ao  lado,  um exemplo de arco em ogiva,encontrado no Dicionário Enciclopédico Ilustrado Veja-Larousse, vol.I),que se  erguiam até 75 pés,  construíram-se os seis  patamares  de jardins apoiados em colunas de 25 a 100 m  de  altura . Foram feitos  de tijolos cozidos ao sol, pois  na Babilônia as  pedras eram muito raras, revestidos  de betume  para ficarem impermeabilizados, com chumbo, para  manter os poços secos. Restos desses  poços foram encontrados em escavações, sugerindo  que a técnica de roldanas e baldes, denominada Doria, teria sido usada ali. , com  manivelas manejadas  por  escravos,  por turnos,  24  horas por dia.  Mas  não há comprovação científica, apenas indícios.

 

 
                                    A estrutura dos terraços -  eram cobertos de rejeitos  suficientes  para suportarem grandes  árvores e máquinas de irrigação.
                                    Os tijolos eram ocos, com o interior  de areia  para que  pudessem ser  plantadas  árvores  de grande porte,  ali penetrando suas  raízes  para  firmá-las ao   terraços assim  construídos.


                                   Drenagem -  os tijolos eram facilmente dissolvidos em água – as chuvas, sendo raras  nas regiões , não eram  problema, mas, a constante irrigação, sim. Sendo eles de palha e argila, ao  que  se adicionava betume, devia  existir  um sistema  interno  de drenagem que  não  lhes   permitia dissolver -se  -   esse  sistema  ainda  nos é  desconhecido, mas devia  utilizar  uma tecnologia  muito  desenvolvida  de drenagem, pois dava  ótimo resultado. Por ele, toda a umidade  era  levada  para reservatórios de esgoto, depósitos inclinados, sobrepostos,  com tetos  em ogiva.
 
                                    Irrigação – escravos trabalhavam em turnos, 24 horas por dia com um sistema de roldanas e baldes (de bombas de correia) que  levavam a água do Eufrates para cima, enchendo piscinas que  distribuíam a água  por canais.  Esse  método é descrito por  historiadores  da  época,  que diziam , também,  estarem  os mesmos colocados  de forma  que  não era  visto por quem estivesse  na  parte  externa aos  jardins . As roldanas  eram acionadas  por  manivelas  manipuladas  pelos  escravos ( 24 horas por dia), e assim  o sistema  mantinha um funcionamento ininterrupto.
                              

“No desenho, temos duas grandes roldanas, uma em cima da outra, ligadas por uma corrente. Ao longo da corrente, são conectados baldes. Na parte de baixo da roldana inferior, temos uma piscina com a água da fonte. À medida que as roldanas se moviam, os baldes mergulhavam na fonte e eram erguidos até a piscina localizada no andar superior dos jardins, onde os baldes eram derramados, descendo então vazios até a piscina inferior. Veja ilustração.
A piscina na parte superior dos jardins podia então ser liberada por comportas nos canais que atuavam como rios artificiais para irrigar os jardins. A roldana inferior tinha uma manivela e um eixo, movidos. “
In http://www.jardimdeflores.com.br/ESPECIAIS/A14babilonia.html

 

 

 

                                   A piscina  no topo dos jardins  liberava  a água através de diques que seguiam por canais que atuavam como rios  artificiais,  feitos  de tijolos  , revestidos de  metais que  não  oxidavam, tais como zinco e bronze -  não foi encontrado  ferro  no  sistema, mas  é  bem provável que   os  babilônios  o conhecessem,  tendo-se  em vista a grande quantidade de meteoritos  na região,  compostos  por  esse  metal. Pode-se, por  outro lado,  concluir que  não  o usaram porque  já conheciam a  sua  propriedade de  oxidação.

 

Fontes:
http://www.babiloniabrasil.com
http://www.angelfire.com/me/babiloniabrasil/index.html
http://www.socultura.com/socultura-historia.htm
http://www.jardimdeflores.com.br/ESPECIAIS/A14babilonia.html
http://pt.wikipedia.org/wiki/Jardins_suspensos_da_Babil%C3%B3nia
http://www.avanielmarinho.com.br/maravilhas3.htm
http://z003.ig.com.br/ig/01/21/340053/blig/minuta/imagens/jardinssuspensos.jpg
Livros : “A Desconhecida Babilônia”, de Roselin Von Saas, ISBN, 2000, 3ª.ed.
Ilustrações: Copyright Lee Krystek, 1998


Referências :  The Seven Wonders of the Ancient World (1988) edited by Peter A. Clayton and Martin J. Price; The Seven Wonders of the World (1995) by John and Elizabeth Romer;
Hellenic Age (1986) by J. J. Pollitt; Greek Sculpture: The Classical Period (1985) by John Boardman.Plinius: Natural History (1938-) translated by H. Rackham et al. (Loeb Classical Library); Vitruvius: The Ten Books on Architecture (1960) translated by Morris Morgan (Dover Books); Greek Anthology (IX: The Declamatory Epigrams) (1917) translated by W. R. Paton (Loeb Classical Library)





 

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