─ Tens razão – respondeu o fósforo. – Mas esse é o mistério de tua vida e de tua nobre missão. Tu e eu fomos chamados a ser luz. O que eu posso fazer como fósforo é muito pouco. Mas, ao passar o meu fogo para ti, cumpro o sentido de minha vida. Fizeram-me exatamente para isto : acender o fogo.
─ Tu és vela ! continuou o fósforo. – Tua missão é alumiar, irradiar luz. Enquanto te consomes, tua dor e tua energia se transformarão em luz e calor, e por isso necessitamos de ti e não iremos, jamais, esquecer-te. Outras velas levarão adiante a luz, mas se tu te recusares, morrerás e serás esquecida.
A vela,nesse instante da conversa, abriu os olhos amplamente e, apontando firmemente para ao seu pavio, disse ao fósforo, ainda que com voz trêmula :
─ Rogo-te que me acendas !
E, atendido o pedido, a formosa vela foi-se consumindo , feliz, entregando o seu coração ao maravilhoso destino de distribuir luz e calor para todos.
Fonte : As mais belas Parábolas de todos os tempos
Editora Leitura, vol. II,organizado por Alexandre
Rangel, 2004, p. 184. |
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